terça-feira, 22 de março de 2016

O trabalho escravo no mundo greco-romano

O trabalho escravo no mundo greco-romano, segundo o historiador Perry Anderson

            Na Grécia, os escravos foram empregados pela primeira vez na manufatura, na indústria e na agricultura, assim enquanto o uso da escravidão se generalizava, sua natureza se tornava absoluta: já não era mais uma forma de servidão relativa entre muitas, e sim uma condição polarizada da perda de liberdade. Pois foi uma subpopulação escrava que elevou a cidadania grega, que até então era desconhecida de liberdade jurídica. A escravidão e a liberdade helênicas eram indivisíveis, isto é, uma era a condição estrutural da outra, num sistema dialético. Essa mudança jurídica foi o correlato social e ideológico do “milagre”econômico forjado pelo advento do modo de produção escravo. A civilização da Antiguidade clássica representou o poder, diferente da cidade sobre o campo, numa economia rural: uma antítese do mundo feudal primitivo que lhe sucedeu. A condição para a possibilidade dessa grandiosidade metropolitana na ausência de uma indústria municipal era a existência do trabalho escravo no campo.
    
     Aristóteles apresentou a resultante ideologia social da Grécia tardia com esse observação: “Aqueles que cultivam a terra devem idealmente ser escravos, nem todos recrutados de um só povo, nem ardentes no temperamento, ou, não tão idealmente, servos bárbaros de semelhante caráter”. Era normal do modo de produção escravo desenvolvido no campo romano que até funções de administração fossem dadas a escravos supervisores e feitores que, colocavam os outros escravos para trabalhar nas terras. O que unia um produtor rural e um apropriador urbano de sua produção era o ato comercial e universal da compra de mercadorias nas cidades, onde o comércio escravo tinha seus próprios mercados. O trabalho escravo na Antiguidade clássica incorporava dois atributos contraditórios, por um lado, a escravidão representava a mais radial degradação rural imaginável do trabalho. Na teoria romana, o escravo era designado como um instrumentum vocale, um grau acima do gado, que constituía um instrumentum semi vocale, e dois acima do implemento, um instrumentum mutum.


        Por outro lado, a escravidão era a mais drástica comercialização urbana de trabalho: a total redução da individualidade do trabalhador a um objeto padronizado de compra e venda. A maior parte dos escravos na Antiguidade clássica se destinava ao trabalho agrário: sua reunião, alocação e despacho eram feitos a partir dos mercados das cidades. Assim, a escravidão era o vínculo que unia cidade e campo. Os escravos eram um bem móvel num mundo onde os transtornos do transporte condicionavam a estrutura de toda economia. Eles podiam movidos de uma região para outra sem dificuldade, podiam ser treinados em muitas especializações: em épocas de estoque, eles serviam para manter custos baixos. A riqueza e o conforto da classe urbana proprietária de terras da Antiguidade clássica repousavam sobre o excedente que rendia a presença desse sistema de trabalho, que não deixava nenhum outro intacto.


terça-feira, 8 de março de 2016

Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher

        Hoje, dia 8 de março é comemorado o Dia da Mulher, que surgiu nos primeiros anos do século XX, nos Estados Unidos e Europa, no contexto das lutas femininas por melhores condições da vida, trabalho e em busca de seus diretos.
       Para comemorar esse dia tão importante, selecionamos uma mulher que marcou de forma intensa essa história de luta: Joana D'arc Padroeira da França, Joana D’Arc foi uma mulher que teve papel de protagonista na história de seu país. A jovem que conseguiu convencer lideranças religiosas e o Rei Carlos VII a retomar territórios franceses que estavam em poder da Inglaterra e, com isso, pôs fim à guerra dos cem anos, foi queimada viva e se tornou ícone da história da França e do poder e independência das mulheres.


Joana D'arc
         Quem foi Joana D’Arc? 

     Filha de camponeses, Joana D’Arc nasceu no vilarejo francês de Dóremy em 6 de janeiro de 1412. De formação católica, a jovem ajudava seus pais, Jacques D’Arc e Isabelle Romée, a cuidar das plantações e das criações de ovelha.
        Porém, foi aos 12 anos, quando ouviu uma mensagem divina, que sua vida começou a mudar. 

         Guerra dos Cem anos 
      Em 1337, tropas inglesas invadiu a França. Em 1415, um tratado estabeleceu que metade do território francês passasse ao domínio de Henrique V, rei da Inglaterra, enquanto a outra metade permanecia com Carlos VI, rei da França.
      Com a morte do rei francês, a Inglaterra colocou Henrique VI no poder. A luta para retomar o poder da França ficou denominada de Guerra dos Cem Anos.

       Atuação política de Joana D’Arc 
        Com 16 anos, Joana foi até a cidade de Chinon para falar com as autoridades.
        Interrogada pelas lideranças católicas, contou sobre a visão que tivera com os anjos e santos e, após conversar com Carlos VII, conquistou a confiança dos líderes.
        No mesmo dia, Joana foi nomeada líder de uma tropa, que lutou três dias e três noites e conseguiu libertar a cidade de Orleans que estava sobre o comando das forças militares inglesas. Em 1429,
       Joana e sua tropa conquistam a cidade de Reims, fator que devolveu a coroa à corte francesa.

        A morte de Joana D’Arc
    Capturada pelo exército inglês, Joana foi julgada por um bispo de lado inglês. Condenada à fogueira, acusada de ser herege e praticar feitiçaria.
     Em 30 de maio de 1431, a jovem foi queimada viva. Em 1909, a guerreira foi beatificada e em 16 de maio de 1920, canonizada por Bento XV, tornando-se Santa Joana D’Arc, padroeira da França.

Indicação de filme: Joana D'arc
 Título original: "The messenger: The history of Joan of Arc" 
Sinopse: Em 1412, nasce em Domrémy, França, uma menina chamada Joana (Milla Jovovich). Ainda jovem, ela desenvolve uma religiosidade tão intensa que a fazia se confessar algumas vezes por dia. Eram tempos árduos, pois a Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra se prolongava desde 1337. Em 1420, Henrique V e Carlos VI assinam o Tratado de Troyes, declarando que após a morte de seu rei a França pertencerá a Inglaterra. Porém, ambos os reis morrem e Henrique VI é o novo rei dos dois países, mas tem poucos meses de idade e Carlos (John Malkovich), o delfim da França, não deseja entregar seu reino para uma criança. Assim, os ingleses invadem o país e ocupam Compiègne, Reims e Paris, com o rio Loire detendo o avanço dos invasores. Carlos foge para Chinon, mas ele deseja realmente ir para Reims, onde por tradição os soberanos franceses são coroados, mas como os ingleses dominam a região, isto se torna um problema. Até que surge Joana que, além de se intitular a "Donzela de Lorraine" tinha uma determinação inabalável e dizia que estava em uma missão divina, para libertar a França dos ingleses. Desesperado por uma solução, o delfim resolve lhe dar um exército, com o qual ela recupera Reims, onde o delfim é coroado Carlos VII. Mas se para ele os problemas tinham acabado, para Joana seria o início do seu fim.


Mulheres que mudaram a história

Cleópatra, foi uma grande negociante, estrategista militar 



Maud Wagner, a primeira tatuadora dos Estados Unidos – 1907


Sarla Thakral, a primeira indiana a conquistar uma licença para pilotar – 1936


Kathrine Switzer, a primeira mulher a correr a Maratona de Boston (mesmo após tentar ser impedida pelos organizadores) – 1967


Annette Kellerman, presa por indecência após usar esta roupa de banho em público – 1907


Annie Lumpkins, ativista pelo voto feminino nos EUA – 1961


Marina Ginesta, militante comunista e participante da Guerra Civil Espanhola – 1936


 Anne Fisher, a primeira mãe a ir para o espaço – 1980


Elspeth Beard, mulher que tentou ser a primeira inglesa a fazer a volta ao mundo de moto – 1980


Winnie the Welder, uma das 2 mil mulheres que trabalharam em navios durante a Segunda Guerra Mundial– 1943


Jeanne Manford, que apoiou seu filho gay durante passeatas pelos direitos dos homossexuais – 1972


Sabiha Gökçen, turca que se tornou a primeira pilota de caça – 1937


Ellen O’Neal, uma das primeiras skatistas profissionais – 1976


Gertrude Ederle, a primeira mulher a cruzar o Canal da Mancha a nado – 1926


Amelia Earhart, a primeira mulher a voar o Oceano Atlântico – 1928


Leola N. King, a primeira guarda de trânsito dos EUA – 1918


Erika, húngara de 15 anos que lutou contra a União Soviética – 1956